Malafaia aposta: “80% do voto evangélico irá para Bolsonaro nestas eleições”
Pastor seria a “ponte” para Flávio Rocha aceitar ser vice, diz jornal
O pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) aparece em primeiro lugar em diversas pesquisas de intenção de voto. Mesmo assim, parece estar encontrando dificuldades para escolher seu vice.
O nome mais forte é o do senador Magno Malta (PR/ES), mas ele declarou semana passada que prefere a reeleição. Segundo o Estado de São Paulo, o nome de Flávio Rocha passou a ser cogitado. A “ponte” entre eles seria o pastor Silas Malafaia, que estaria mobilizando a comunidade evangélica em torno dessa candidatura.
O dono da Riachuelo é evangélico, da Sara Nossa Terra, e possui um discurso muito parecido com o capitão: “liberal na economia e conservador nos valores”. Embora tenha lançado seu nome para concorrer a presidente, ele não está ligado a nenhum partido e o prazo termina em 7 de abril, o que dificultaria o projeto solo.
Embora não seja evangélico, Bolsonaro tem a identificação com o segmento por sua postura abertamente conservadora. Embora não tenha declarado oficialmente seu apoio ainda, Malafaia apareceu recentemente em fotos na sede da Associação Vitória em Cristo, ao lado de Malta, Bolsonaro e seu filho Flávio, que deve concorrer ao Senado pelo Rio de Janeiro.
“Bolsonaro é o único que defende diretamente a ideologia da direita. Ele encarna os valores mais caros ao nosso povo na questão dos costumes. Pode anotar, 80% do voto evangélico irá para Bolsonaro nestas eleições”, apostou Malafaia, em entrevista ao jornal O Globo.
Isso, claro, se Lula estiver fora da corrida eleitoral, por ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. “Se ele (Lula) fosse candidato, não haveria esta proporção porque parte do voto popular evangélico iria para o petista graças ao Bolsa Família”, avalia o pastor.
Acostumado a tomar posição nas eleições, Malafaia muitas vezes pediu votos abertamente para seus candidatos. Contudo, as últimas escolhas parecem ter lhe gerado desgaste depois que o nome de alguns desses aliados apareceram em denúncias de corrupção.
A força das redes sociais
Assim como Bolsonaro, Malafaia é popular nas redes sociais. O líder do ministério Vitória em Cristo também tem gravado muitos vídeos comentando questões políticas que afetam o país e fazendo denúncias. Além de milhões de seguidores no Facebook, Twitter e Instagram, possui um canal no YouTube e uma base de dados de telefones para disparar os vídeos via WhatsApp.
“Vou continuar jogando pesado nas redes sociais. O (Geraldo) Alckmin “deu mole” para a gente ao fazer sinalizações para o movimento gay. A Marina (Silva) também vai “apanhar” muito de mim. Em 2010, já tinha deixado de apoiá-la quando ela disse que faria um plebiscito sobre aborto, caso eleita”, avisa Malafaia.
O pastor admite já ter feito decisões erradas em candidaturas no passado, mas não abre mão de marcar posição na defesa dos valores que prega. Desafeto de petistas, psolistas e comunistas em geral, costumeiramente alerta seus seguidores sobre os perigos que representam os “esquerdopatas” para o país.
A força de Bolsonaro entre os líderes evangélicos é grande. Além de Malta, em Brasília já tem o apoio declarado de vários deputados da “bancada evangélica” como Delegado Francischini (PSL/PR), Victório Galli (PSL/MT), Pastor Eurico (PHS/PE), Irmão Lázaro (PSC/BA) e Marco Feliciano (Pode/SP).