Há uma ação deliberada para me silenciar, diz Marina Silva
Marina Silva integrou na juventude o Partido Revolucionário Comunista, ingressou no Partido dos Trabalhadores em 1986, por onde foi eleita vereadora, posteriormente senadora e ministra do Meio Ambiente nos dois governos de Lula.
Em 2009, Marina trocou o PT pelo PV, para se lançar candidata à Presidência da República pela primeira vez, em 2010. Na eleição seguinte concorreu pelo Partido Socialista do Brasil, na vaga de Eduardo Campos, morto em acidente de avião. Principal face do partido Rede Sustentabilidade, ela já aparece em algumas pesquisas como virtual pré-candidata ao cargo novamente em 2018.
Missionária da Assembleia de Deus, Marina tenta se afastar da imagem de evangélica, tendo mudado algumas de suas posturas antigas. O material da Rede que divulga seus “Princípios e Valores” deixa claro que trata-se de uma sigla identificada com os ideais de esquerda. Mesmo assim, ela tem a simpatia de parte do eleitorado evangélico.
Em 2014, Marina afirmou que apesar de sua fé, não usaria a religião para se eleger. “Há uma visão equivocada de que pelo fato de eu ser evangélica iria transformar os púlpitos das igrejas em palanques e os palanques em púlpitos”.
Com a onda de denúncias e prisões no Brasil em consequência da Lava-Jato, os brasileiros parecem esperar que no ano que vem haja uma mudança drástica no executivo e no legislativo.
Em um longo texto de sua autoria e reproduzida pela Folha de São Paulo, Marina reclama que sofre preconceito na política “por ser mulher e negra”. Também reclamou que vem sofrendo críticas por estar “sumida, calada ou omissa no debate dos problemas nacionais”.
A imagem de oportunista lhe incomoda, mas segundo ela isso é fruto de “uma ação deliberada de silenciar e ocultar, certamente porque grande parte das causas que defendo incomodam a alguns segmentos muito zelosos de seu suposto poder de controle e intimidação”.
Embora não cite nomes, deixa nas entrelinhas que está falando da grande mídia. A ex-senadora reclamou também da “produção e disseminação das chamadas fake news” que vem, propositalmente atingindo a ela e ao seu marido, que foi acusado de “fraudar contrabando de madeira”, embora a Procuradoria Geral da República tenha descartado “a denúncia da existência de qualquer fato delituoso que pudesse ser investigado”.
No texto-desabafo, ela não comenta os escândalos envolvendo o governo Lula, nem sua citação na delação premiada de Leo Pinheiro, da OAS.