Entrevista vazada acabou com ameaças e autoritarismo do ditador venezuelano.
Uma entrevista tensa concedida pelo ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ao jornalista mexicano-americano Jorge Ramos, da Univisión, revelou o caráter dissimulado e autoritário de Maduro. Na entrevista em um ambiente tenso, ele afirma que é cristão e que ora todos os dias.
“Eu sou um homem apegado a valores espirituais, a valores legais. Um cristão profundo, praticante, diário, um homem de oração”, diz o ditador.
Essa entrevista foi gravada em fevereiro deste ano, mas acabou vindo a público somente agora, pois na época a gravação foi interrompida por Maduro, que ordenou que o material fosse recolhido, incluindo as câmeras e celulares da equipe, e que todos fossem imediatamente depostos do país.
No entanto, a emissora conseguiu recuperar a gravação e revelou a íntegra no YouTube, expondo a tirania do chefe de Estado. Maduro recebeu o jornalista em Caracas, no Palácio de Miraflores, sede do regime ditatorial. Durante os 17 minutos e 40 segundos de gravação, o jornalista questionou a forma de governo da Venezuela.
Ele inicia a entrevista afirmando que Nicolás Maduro não é visto como um presidente, mas sim um ditador, mas é logo rebatido com o discurso de que a Venezuela teria escolhido Maduro em uma eleição legítima, o que já se comprovou não ser verdade, pois houve fraudes nas eleições do país.
“Tudo o que temos obtido, Jorge, tudo foi pelo voto popular”, diz Maduro.
No entanto, a Univision afirma que tanto Maduro, como seu antecessor, Hugo Chávez, chegaram ao poder mediante fraudes. Ao todo a emissora contabiliza que 24 eleições foram realizadas e que nem Chávez, nem Maduro respeitaram o resultado quando foi adverso. É o caso da negativa dos venezuelanos à proposta de reforma da Constituição em 2007.
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