Conversão ao cristianismo causa “grandes danos” ao país, diz líder hindu, na Índia
A perseguição religiosa aos cristãos na Índia tem assumido contornos que vão além da intolerância religiosa. Ela tem invadido também a política, uma vez que é cada vez maior o número de líderes de partidos e grupos sociais que defendem a proibição da conversão ao cristianismo, por exemplo, como forma de preservação do hinduísmo.
O Presidente do VHP de Gujarat do Norte, por exemplo, chamado Dilip Trivedi, utilizou recentemente, em uma entrevista para o jornal Time of Índia, o argumento do nacionalismo para querer justificar seu discurso de intolerância contra o cristianismo presente na Índia.
“Os hindus precisam estar cientes contra a conversão religiosa por meio de várias táticas”, disse Dilip, se referindo não apenas aos cristãos, mas também aos budistas, muçulmanos e representantes de outras minorias religiosas. O cristianismo, no entanto, é visto como a maior “ameaça”, visto que atrai um número maior de pessoas.
“Os missionários cristãos estão convertendo os hindus em nome dos serviços sociais, enquanto os muçulmanos estão fazendo isso em nome da Jihad do amor”, disse ele. “A conversão ao budismo, jainismo ou religião sikh não é uma conversão. Pode-se mudar a religião da Sanatan Hindu, mas a conversão ao islamismo ou cristianismo causa grandes danos à religião”.
Dilip reproduz o mesmo raciocínio de outros hindus extremistas, como Om Swami Maharaj, considerado um dos maiores líderes do hinduísmo na Índia. Em maio do ano passado, Maharaj apareceu em um vídeo se dirigindo aos cristãos, dizendo: “Saiam e vão embora agora”.
Ambos, Dilip e Maharaj, acreditam na falsa ideia de que o cristianismo seria uma religião estrangeira na Índia, quando na verdade a história mostra que não, explica o pesquisador cristão John Stonestreet:
“Ao contrário [do que prega a] ideologia hindutva [nacionalista], o cristianismo não é uma importação europeia. Existiu na Índia antes de Paulo chegar a Roma. Algumas igrejas no sul da Índia até adoram em um ramo do aramaico, a língua que Jesus falou”.
Apesar disso, o discurso em prol da “pureza da Índia” tem sido uma marca dos radicais indus no país, o que tem produzido vários ataques ao cristianismo, incluindo violência contra os cristãos, muitos dos quais agredidos, torturados e até assassinados.
Com informações: International Christian Concern.