Não me alinho a bancadas evangélicas, diz deputado pastor
O deputado estadual Carlos Alberto Bezerra Jr. (PSDB) tem se destacado na política por conta do projeto de sua autoria que se tornou a Lei nº 14.946 contra o trabalho escravo.
Trabalhando em favor da saúde e dos direitos humanos, o parlamentar evangélico não se alinhou a bancadas evangélicas nem durante seus dois mandatos como vereador de São Paulo, e nem agora que ocupa uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
“Nunca me alinhei a bancadas evangélicas, nem quando fui vereador, nem agora, como deputado. Isso porque esses grupos nunca se notabilizaram por suas boas práticas ou significativas contribuições para o país”, disse ele em entrevista a revista Cristianismo Hoje.
Mesmo sendo pastor, Carlos Alberto Bezerra Jr. não usa a fé como palanque e critica aqueles que fazem da luta pela defesa da família uma bandeira. “Isso, para mim, é oportunismo eleitoreiro”.
“Rejeito o modelo de representação evangélica na política que se limita às questões de usos e costumes. O moralismo populista, na maioria das vezes, funciona como cortina de fumaça para esconder mandatos irrelevantes”, disse.
O deputado do PSDB acredita que o cristão na política deva expressar sua fé através de uma postura ética, defendendo os mais pobres por meio de projetos que combatam a injustiça social e a maldade.
Ele vê com pesar os escândalos protagonizados por políticos evangélicos que transformam Deus em cabo eleitoral. “Tudo isso faz com que a opinião pública se torne cada vez mais refratária à figura do evangélico na política, e contribui para reforçar uma visão caricata e estereotipada desse tipo de parlamentar – que, cá entre nós, não é exatamente injusta, a julgar pelo tanto de absurdos cometidos em nome de Deus em Casas legislativas de todo o país”.
A Igreja não precisa de defensores
O discurso de muitos desses políticos é afirmar que agem em defesa da Igreja, mas para Carlos Alberto Bezerra Jr. esse discurso não é legítimo.
“A Igreja já tem em Jesus seu único e suficiente defensor. Esse modelo que leva às cadeiras dos Legislativos de todo o país gente que não tem outro interesse que não o de proteger ou conceder privilégios à denominação que representa é uma clara privatização religiosa do espaço público”, afirmou.
O deputado só vai acreditar na bancada evangélica quando esses parlamentares se unirem por uma causa maior: o Reino de Deus. “Sou seguidor de Jesus e busco reafirmar minha fé em tudo o quanto faço no Parlamento paulista; porém, jamais me afirmarei representante desse ou daquele grupo.”
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