Rapper conta como conseguiu se livrar das drogas: “Tudo é possível em Cristo”
A popularidade de Chance Bennet não intimidou as ousadas orações de sua avó, que clamava para que tudo que não fosse de Deus se afastasse da vida do rapper.
O rapper norte-americano, Chancelor Johnathan Bennet (conhecido como ‘Chance’) se transformou em praticamente um zumbi, devido ao seu vício em drogas e remédios controlados, como Xanax. Mas sua avó clamava incansavelmente a Deus pela vida do rapaz e certa vez uma oração o deixou se perguntando se aquilo soava como bênção ou maldição para sua vida.
A popularidade de Chance cresceu assustadoramente, quando ele se tornou um grande astro do hip hop, mas sua avó não via importância em nada disso.
Ela olhou atentamente para ele e disse: “Eu não gosto do que está acontecendo com você. Eu posso ver isso em seus olhos. Eu năo gosto disso. Nós vamos orar por você”.
“E ela orou por mim o tempo todo”, disse ele à revista GQ. “Sempre orava por coisas muito positivas. Mas desta vez, ela disse: ‘Senhor, eu oro para que todas as coisas que não são venham do Senhor, sejam afastadas de Chance. Certifique-se de que ele não tenha sucesso em mais nada que não venha de Ti. Leve para longe dele. Transforme tudo em poeira”.
Depois de ouvir a oração de sua vó, o ‘filho pródigo’ ficou atordoado. “Fiquei pensando: ‘Caramba! Eu nem sei se Deus gosta de rap! Você sabe o que eu estou dizendo? Ela está orando para que eu fracasse em tudo o que estou tentando fazer?”.
Depois que o astro do rap soube que sua filha foi diagnosticada com arritmia cardíaca, Chance decidiu aceitar aquela oração como uma bênção e começar a trilhar um caminho de reconciliação com Deus.
As preocupações com a saúde saúde do bebê fizeram com que ele orasse incessantemente. “Deus nos abençoou e tudo correu muito bem”, contou o rapper.
Deus respondeu às suas orações e sua filha, Kinsley Bennett nasceu sem complicações de saúde em 2015.
No mês seguinte, Chance lançou seu terceiro álbum, intitulado “Coloring Book”, que foi reproduzida mais de 57 milhões de vezes em sua primeira semana, somente pela Apple Music. Com a participação de Kanye West e uma diversidade de rappers não-cristãos, o álbum também inclui algumas reflexões abertamente cristãs, juntamente com o reconhecimento sincero de pecados como luxúria, vícios e orgulho.
Na faixa “Bênçãos”, ele canta abertamente: “Eu vou Louvá-Lo, louvá-Lo ‘até que eu vá embora, bom Deus!” E “Quando os louvores sobem, as bênçãos descem”.
Testemunho e transformação
Chancelor Johnathan Bennet nasceu e cresceu nas ruas violentas de Chicago. Seu pai, Ken Williams-Bennet, é atualmente vice-chefe de gabinete do prefeito Rahm Emanuel e já trabalhou para o então senador Barack Obama.
Quando Chance foi suspenso por 10 dias em 2011, após ser encontrado com maconha na escola, ele gravou seu primeiro disco completo, intitulado “10 Days” (“10 Dias”). Depois de sua divulgação pública mais ampla, ele ganhou elogios da crítica e fez conexões com artistas e produtores renomados do meio secular norte-americano.
Em 2013, seu álbum “Acid Rap” foi listado em muitos das listas dos 50 melhores álbuns de 2013, incluindo a posição número 26 na Rolling Stone, a 12 na lista da ‘Pitchfork’, e o 4º lugar na ‘Complex’. Ele também foi listado como um dos 50 álbuns favoritos da ‘NPR Music’ em 2013, de acordo com a Wikipedia.
Chance Benne. (Foto: Heightweights)
Quando ele se mudou para Los Angeles começou a perder o controle e abusar das drogas. “Eu estava apenas começando. Mas já era um tipo de ‘zumbi’, viciado em ‘Xanax’. Eu não fazia mais nada produtivo e apenas pulava de um relacionamento para outro, sem qualquer compromisso”.
Vendo que precisava dar um novo rumo à sua vida, Chance decidiu voltar para Chicago, retomar o contato com sua vó e se reconciliar com Deus.
Em fevereiro de 2016, ele twittou: “Hoje é o último dia da minha vida antiga, o último dia que fumo cigarros. Estou me dirigindo à igreja para obter ajuda. Todas as coisas são possíveis por meio de Cristo, que me fortalece”
Coloring Book
Com suas influências do ‘Jazzy Brass’ (vertente do jazz) e da black music, como corais e do fenômeno Kirk Franklin, seu terceiro álbum, “Coloring Book”, soa tão vibrante e alegre como suas letras. É uma gravação secular de um cristão que não tem medo de ser sincero sobre suas lutas, refletindo seu crescimento como artista e seguidor de Jesus Cristo.
“Eu nunca me propus a fazer qualquer coisa para fingir ser um evangelho novo ou fingir ser o evangelho”, disse Chance. “É apenas uma música feita por mim, como um homem cristão, porque eu acho que antes eu estava fazendo música como uma criança cristã. E em ambos os casos eu tenho imperfeições”.
“Eu ainda acho que Deus significa tudo para todos, para aqueles que o entendem ou não – ou para aqueles que podem realmente vê-Lo e O encontram de alguma forma”, acrescentou. “Eu sei que de fato não somos pressionados ou estimulados a falar sobre Deus com fervor. Eu não acho que há algo que realmente nos permite fazer isso dessa forma. Mas eu acho que esta nova geração e as próximas estão focadas na busca pela liberdade, para fazer o que queremos. Não estaremos livres a menos que possamos falar sobre Deus”.
Com o álbum “Coloring Book”, Chance ganhou o prêmio de melhor álbum de Hip Hop e de Melhor Artista. Apesar da crescente notoriedade de seu trabalho, Chance se recusa a assinar contrato com uma gravadora, preferindo deixar cair a sua música seja lançada gratuitamente.
“Eu ganho o meu dinheiro com turnês e contratos publicitários”, disse ele. “E eu tenho sorte de ter realmente fãs leais, que entendem como eu trabalho e me apoiam. Eu não me vejo nunca estando em uma posição onde eu precise assinar com uma gravadora”.