Com participação de Caetano Veloso, produção escancara viés esquerdista e reclama da falta de apoio ao Carnaval
Com pouco mais de 25 horas no ar, o novo clipe de Daniela Mercury, que conta com a participação de Caetano Veloso, já passa de meio milhão de visualizações. Segundo a mídia especializada, pode se tornar o “hit” do Carnaval este ano.
A letra repetitiva e o ritmo de marchinha podem colaborar para que, de fato, seja sucesso. Contudo, o tom político já faz com que seja considerado uma espécie de hino da “resistência”, expressão popularizada pelos críticos do governo de Jair Bolsonaro.
Trechos da letra e as imagens mostram que se trata de uma provocação à ministra Damares Alves e a família Bolsonaro. Aproveitando-se do atual cenário político do país, Daniela, militante LGBT que vive com sua parceira Malu Verçosa desde 2013, sempre deixou claro que é contra o novo governo, conservador. No fim do vídeo, uma mensagem o dedica ao ex-deputado Jean Wyllys, reforçando o viés ideológico da produção.
Uma das imagens recorrentes é Caetano em uma banheira com balões rosa e Daniela num cenário parecido, em azul. Trata-se de uma ironia à frase de Damares sobre a cor da roupa para meninos e meninas.
Em um dos trechos da letra, os artistas reforçam a ideia: “Quilombola, Tupinambá. O corpo é meu, ninguém toca. Carururu, Iemanjá lá no Sul. Vai de rosa ou vai de azul?”. O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado pela pastora, é responsável pelas políticas de proteção aos quilombolas e também trata de casos de intolerância religiosa.
As críticas ao presidente são evidentes na comparação com o regime militar (1964-1985), quando Caetano lançava músicas que eram censuradas. Donde, ele e Daniela cantam agora: “Está proibido o carnaval, nesse país tropical” e a frase “É proibido proibir”, de uma das mais icônicas canções do baiano.
“Minha alma não tem caixinha”, afirma parte do refrão, numa alusão ao caso de Fabrício Queiroz, que é acusado de cobrar “caixinha” dos funcionários de Flávio Bolsonaro. O senador nega.