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Governo britânico rejeita asilo a cristãos, alegando que a fé deles “não é pacífica”

Governo britânico rejeita asilo a cristãos, alegando que a fé deles “não é pacífica”
março 26
22:32 2019

Tom de deboche nas decisões mostra preconceito contra não islâmicos

O Ministério do Interior da Grã-Bretanha tem demonstrado não desejar refugiados cristãos que pedem asilo no país. Nas últimas semanas surgiram denúncias de um tratamento diferenciado para não islâmicos.

Enquanto milhares de muçulmanos são recebidos no país sem questionamentos, o assistente social Nathan Stevens divulgou os pareceres do governo ao pedido de dois cristãos do Oriente Médio, que tiveram os pedidos rejeitados.

No primeiro caso, que ocorreu em 2016, mas só veio à público esta semana, o documento emitido pelo governo argumenta que o cristianismo não era uma “religião pacífica” e destaca uma série de passagens da Bíblia consideradas “violentas”.

O pedido de uma iraniana que abandonou o islã e decidiu se mudar para a Grã-Bretanha, foi indeferido sob a argumentação que a fé dela em Jesus é “morna”. Tudo porque ela argumentou que não se sentia protegida no regime tirânico de seu país.

Um funcionário do Ministério do Interior questionou sua fé, argumentando que ela não tinha “convicção em sua fé” por achar que Jesus não poderia protegê-la. No documento divulgado por Stevens é possível ler: “Você afirmou em sua entrevista para pedido de asilo que Jesus é o seu salvador, mas depois afirmou que Ele não seria capaz de salvá-la do regime iraniano. Portanto, considera-se que você não tem convicção em sua fé e sua crença em Jesus é morna”.

A mulher, que prefere permanecer anônima, contou à rádio BBC 4: “Quando eu estava no Irã me converti ao cristianismo e a situação mudou. O governo estava me perseguindo e eu tive que fugir”.

Ela contou que no país governado por fundamentalistas xiitas, é proibido que se abandone o islã.

Um porta-voz do Ministério do Interior negou que haja discriminação contra cristãos, mas admitiu que precisa melhorar a “formação política” dos profissionais que tomam as decisões sobre os pedidos de asilo.