Diretora de escola é acusada de punir alunos cristãos que recusaram atividade LGBT
A diretora de uma escola primária que forçou crianças a participarem de uma Parada Gay no ano passado agora foi denunciada às autoridades por punir ilegalmente seus alunos – crianças de 10 anos – com base em supostos comentários anti-LGBT.
Susan Papas, chefe da Escola Primária Heavers Farmer, na região de Croydon, sul de Londres, suspendeu um menino e uma menina por cinco dias depois que uma das crianças pediu permissão a um professor para não participar de uma aula sobre o Mês do Orgulho Gay.
No dia 20 de junho, o menino Farrell, sentado ao lado de sua amiga Kaysey em sala de aula, perguntou ao seu professor: “Senhor, por favor, posso não participar desta lição?”. O menino havia acabado de receber material LGBT para colorir. Ele negou a permissão dizendo que a aula LGBT fazia parte do currículo.
Depois da aula, o professor teria anotado em seu relatório que Farrell teria usado “linguagem homofóbica” por supostamente dizer “LGBT é uma droga idiota”, o que a criança nega.
Farrell, que estava sentado com Kasey, diz que é cristão e disse a um professor visitante que ele não aceitava LGBT por causa de sua religião.
Na ocasião, o professor perguntou às duas crianças: “Você quer que eles [LGBT] morram?”. “Nós dissemos não”, respondeu Farrell. Se, no entanto, isso ocorresse em outros países, eles seriam punidos por serem gays, disse o menino.
O professor perguntou a Farrell de onde ele era, e ele disse que ele tinha ascendência “africana jamaicana”, e acrescentou que lá “todo mundo é cristão e católico, então eles não aceitam LGBT”.
Mais tarde, a diretora Susan Papas gritou para as duas crianças na frente da turma, de acordo com Kaysey. “Como você ousa? Você é uma decepção para a escola”.
Susan Papas então colocou as crianças em salas diferentes e inquiriu a Kasey: “Como você se atreve a dizer que quer matar pessoas LGBT?”. Kasey respondeu: “Eu não disse matar”. Em seguida, a diretora então gritou para ela dizendo “sim, você disse, e não minta”.
Kaysey, uma cristã pentecostal, diz que ela foi mantida em detenção por cinco horas das 10h às 15h, de acordo com informações da entidade Christian Concern.
Os pais de ambos os filhos se queixaram ao Diretor Principal: “É ilegal excluir por uma razão não disciplinar”.
O código de disciplina também declara que “seria ilegal suspender um aluno” por falhar em “atender a condições específicas antes de ser reintegrado, como participar de uma reunião de reintegração”, no que a escola insiste no caso das duas crianças.
Ambos os pais insistem que seus filhos não fizeram comentários homofóbicos e a versão dos meninos é apoiada por outras crianças da turma e seus pais. Eles citam o parágrafo 8 da Orientação de Exclusões: “Ao estabelecer os fatos em relação a uma decisão de exclusão, o diretor deve aplicar o padrão civil da prova; isto é, ‘no equilíbrio das probabilidades’ é mais provável que um fato seja verdadeiro, em vez do padrão penal de ‘além da dúvida razoável’”.
Em cartas separadas, os pais também apontam que “a imposição da suspensão de um dia falta tanto a necessária proporcionalidade e equidade necessária para justificar uma longa punição” dada a “idade, maturidade, origem religiosa e cultural” de seus filhos.
“Você agiu de maneira contrária ao Dever de Igualdade da escola; precisamente o dever de eliminar a discriminação baseada na religião ou crença e de promover boas relações entre aqueles com características protegidas”, os pais acrescentam em sua carta à diretora Susan Papas.
As mães Karen Francis-Austin e Lisa Spence também pediram que seus filhos “sejam dispensados de qualquer outro ensino ou atividades que envolvam a promoção de pontos de campanha LGBT”.
Além disso, os pais citam a Seção 9 da Convenção Européia de Direitos Humanos insistindo que “as escolas mantidas devem ter em consideração o princípio de que os alunos devem ser educados de acordo com os desejos dos pais”. As famílias citaram ainda o Protocolo 1, Artigo 2, que cria uma obrigação legal da escola de respeitar a maneira como os pais procuram criar os seus filhos de acordo com sua fé cristã.
“Eu afirmaria ainda que a imposição aos pais de materiais de campanha divisórios que se chocam com as crenças religiosas profundamente arraigadas da minha família, equivale a doutrinação tanto no sentido do Protocolo 1, Artigo 2 da Convenção e Seção 406-407 da Lei de Educação de 1996. e, portanto, é totalmente proibido”, escrevem os pais.
Histórico ativista
Esta não é a primeira vez que Susan Papas é acusada de fazer militância LGBT. Em outra oportunidade, ela despertou a ira dos pais na escola que educa 750 alunos em um bairro altamente multicultural e de religiosidade plural em Londres.
Em 29 de junho de 2018, os pais ameaçaram protestar em uma Parada Gay organizado pela escola primária. Susan Papas tinha enviado cartas convidando os pais para assistir ao desfile e celebrar juntos “o arco-íris de coisas que eles e sua família especial fazem”.
Na ocasião, 14 pais queixaram-se que a diretora foi “forçando a agenda LGBT agressivamente para as crianças pequenas de uma maneira que abusa dos direitos dos pais e vitima os pais”.
Uma das mães, Izzy Montague, cristã, se recusou a permitir que seu filho de quatro anos de idade participasse do desfile e queixou-se com a Secretaria de Educação Damian Hinds que a escola tinha iniciado “proselitismo sistemático de seus jovens e vulneráveis alunos”.
O Christian Legal Centre, que está apoiando Izzy Montague, argumentou que a escola fez o tema “LGBT se tornar um elemento onipresente da vida escolar”.
Montague diz que se sentiu “intimidada”e que a escola adotou postura de confronto em relação a ela depois da queixa de que seu filho “foi forçado a participar de um evento que vai contra nossas crenças cristãs”. Mais tarde, essa mãe transferiu seu filho para uma escola católica.
Os pais ficaram ainda mais indignados quando Attie Papas, a filha da diretora, marcou uma reunião com eles e compareceu usando uma camiseta com as palavras: “Por que ser racista, sexista, homofóbico ou transfóbico, quando você pode simplesmente ficar quieto?”.
Susan Papas disse que a camiseta usada por sua filha – uma estudante de pós-graduação de “sociologia esportiva e teoria feminista” – cujos artigos incluem “Uma abordagem psicanalítica feminista aos papéis do pênis, o falo e as normas de gênero hegemônicas” não violou o código de conduta da escola.
Ruth Anderson, uma das mães, declarou que a diretora havia abusado seu papel e deveria renunciar. Ela ainda explicou que vários pais haviam se recusado a deixar seus filhos irem para a escola no dia da Parada Gay em protesto contra a postura militante de Susan Papas.
“Havia bandeiras de arco-íris ao redor da escola, e as crianças foram orientadas a usar cores brilhantes. Isso não é ter orgulho em si mesmo, isso é um apoio gritante para LGBT. Eu não sou homofóbico, mas minha fé me ensina um certo conjunto de crenças, e eu não quero que a escola da minha filha faça escolhas por ela”, disse Ruth.
O Christian Legal Centre está apoiando Karen Francis-Austin, mãe de Kaysey, e Lisa Spence, mãe de Farrell, alunos que foram punidos por solicitar o direito de não fazer a atividade com temática LGBT.
Andrea Williams, diretora executiva do Christian Legal Center, disse: “É por isso que os pais estão começando a ver os perigos da imposição da nova ideologia sexual e de gênero que não permite a dissensão mesmo de crianças inocentes de dez anos de idade”.
“Esse incidente ressalta novamente quão agressiva e intolerante a agenda LGBT pode ser. Uma ideologia que tem que recorrer a táticas tão pesadas para forçar crianças de dez anos a aceitar algo que, instintivamente, não o fazem, apenas destaca como essa ideologia é esmagadora da vida”, acrescentou a jurista cristã.
“Aqui vemos a fragilidade de toda essa agenda sexual imposta a nossos filhos e incapazes de resistir ao desafio de crianças inocentes de dez anos. Quando os ‘valentões’ sabem que o direito não está do lado deles, recorrem à coerção e à intimidação. Isso é exatamente o que está ocorrendo na Escola Primária Heavers Farm”, contextualizou Andrea Williams.
Ao final, a jurista especializada na defesa da liberdade religiosa declarou que o comportamento dos ativistas é contraditório com seus discursos: “Não é o sinal de uma ideologia vivificadora sendo promovida em uma escola quando tem que recorrer a táticas tão cruéis em crianças de dez anos para forçá-las a aceitar algo que, instintivamente, elas não aceitam”.