Filme da Netflix “Um Ninho Para Dois” destaca santidade do casamento e a esperança no luto
A comédia-drama mostra o casal Lilly e Jack enfrentando a perda da filha bebê e lutando para curar seu casamento.
O novo filme da Netflix, “Um Ninho Para Dois”, lançado nesta sexta-feira (24), destaca a santidade do casamento e a esperança em meio a mais profunda dor do luto, disse o diretor da produção, Theodore Melfi.
Em “Um Ninho Para Dois” o casal Lilly e Jack, estrelado por Melissa McCarthy e Chris O’Dowd, enfrentam a perda de sua bebê, vítima de síndrome de morte súbita infantil. Após um ano da morte da filha, Lilly luta para sobreviver ao luto fazendo de tudo para se distrair, através de seu trabalho ou da jardinagem.
Já Jack, um professor primário, está internado numa clínica de saúde mental, a duas horas de casa, para tratar de uma depressão incontrolável, causada pelo luto. Enquanto os dois estão lutando com a própria dor, também precisam curar seu casamento. Lily vai contar com a ajuda improvável de um ex-terapeuta, que se tornou veterinário.
Para o diretor do filme, o roteiro de “Um Ninho Para Dois” mostra a beleza e a santidade do casamento. Casado há 25 anos, Melfi afirma que os cônjuges sabem o trabalho que é “necessário para um casamento feliz” e para “encontrar alegria em seu cônjuge todos os dias”.
“Não importa se foi um trauma ou qualquer tipo de coisa que faça com que um casal comece a ficar desarticulado. Mas, nesta situação particular, um casal passa por um trauma. Eles estão profundamente apaixonados e não sabem como processá-lo, juntos ou individualmente. Para mim, essa é uma história e um tema envolventes”, afirmou Melfi.
O drama também é salpicado com humor, trazendo leviandade para o filme com o perfil cômico de Melissa McCarthy. Segundo Melfi, a comédia é a melhor forma de explorar temas difíceis, como o luto e crises matrimoniais.
“Isso permite que o público abra seu coração para poder aceitar temas profundos ou pesados porque se sentem seguros. Eles sabem que podem rir. Quando as pessoas sabem que podem rir, elas se sentem confortáveis. Você é capaz de abri-los e permitir que aceitem esta grande mensagem que você está tentando apresentar a eles”.
“Acho que o que o mundo precisa agora é uma boa risada e um bom choro”, acrescentou o diretor.
Quebrando estigmas sobre saúde mental
“Um Ninho Para Dois” também trata sobre a questão da saúde mental com o personagem de Jack, um pai desolado pela perda da filha. O diretor Melfi disse que espera quebrar o estigma que cerca os homens que procuram ajuda profissional para lidar com seus traumas emocionais.
“Acho que estamos em uma crise de saúde mental há muitos anos”, reflete Melfi.
“Ainda existe um estigma estranho sobre os homens obterem ajuda e falarem com alguém e não serem fortes o suficiente para lidar com suas próprias emoções ou seus próprios sentimentos. Chris faz um trabalho adorável, retratando um homem de verdade que não consegue lidar com algo tão pesado neste momento de sua vida, e ele consegue ajuda. Ele realmente se abre e chega ao outro lado. Eu acho isso uma coisa tão bonita”.
Lançando um filme em um momento de pandemia, o diretor Melfi lembra que há esperança para superar a dor e a perda, quando reconhecemos nossas emoções e tratamos elas.
“O mundo inteiro está lutando contra a dor e a perda em algum nível. Não sei se [há] uma pessoa viva agora que não experimentou a morte de alguém que ama ou conhece, ou a doença de alguém que ama ou conhece”, disse.
O diretor finalizou: “O mundo passou por sofrimento coletivo, luto coletivo. Há uma luz do outro lado do túnel. Se você reconhecer a dor, se rir e chorar, vai melhorar. Eu sei disso por experiência própria”.