Ex-Google diz que Inteligência Artificial pode levar ao apocalipse: “Estamos criando deus”
De acordo com Mo Gawdat as tecnologias estão cada vez mais perto de superar a inteligência humana.
Após largar a vida de pesquisador de Inteligência Artificial (IA), quando percebeu que ela iria “destruir o mundo”, o ex-Google Mo Gawdat fez severas críticas relacionadas ao avanço da IA e chegou a dizer que “estamos criando deus”.
O ex-líder da X, uma divisão da Alphabet (dona do Google) focada em tecnologias de longuíssimo prazo, disse que acredita que as previsões pessimistas da ficção estão certas.
Em entrevista ao jornal britânico The Times, ele afirmou que a “singularidade está chegando”, o que significa dizer que as tecnologias estão cada vez mais próximas de superar a inteligência humana.
Profissionais estão preocupados
O palestrante e escritor, autor do best-seller “A Fórmula da Felicidade”, apontou que a IAG (Inteligência Artificial Geral), que é considerada “toda poderosa” por especialistas, poderia colocar a humanidade diante de um “apocalipse”.
De acordo com o profissional, a IAG é capaz de ter sensações e sentimentos de forma consciente, tal como vista em “O Exterminador do Futuro”. Entre líderes do setor de tecnologia, Gawdat não é o único a se preocupar com a evolução das inteligências artificiais.
O bilionário e excêntrico líder da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, também já falou sobre os perigos da IA conquistar os humanos. Ele anunciou, recentemente, que pretende iniciar testes de implantes neurais em seres humanos, ainda em 2021.
“Criação de deus”
Além da potencial criação desse “deus”, como alertou Gawdat, o emprego da inteligência artificial já chama atenção por questões relacionadas a algoritmos racistas, reconhecimento facial e policiamento preditivo.
Gawdat compartilhou o motivo pelo qual mudou de perspectiva em relação às inteligências artificiais. Foi enquanto trabalhava com desenvolvedores de IA, no Google X, que construíam braços robóticos capazes de encontrar e pegar uma pequena bola.
Ele percebeu que, após um período de lenta progressão, um braço agarrou a bola e pareceu estendê-la para os pesquisadores em um gesto que, para ele, foi uma forma de se exibir. “E, de repente, percebi que isso é realmente assustador. Isso me congelou completamente”, concluiu.