Inaugurado o plantio de pimenta-do-reino no perímetro da Cohidro em Lagarto/SE, serão plantados 500 pés de pimenta em um único lote
O plantio simbólico da primeira muda de pimenta-do-reino no Perímetro Irrigado Piauí (Pepia), gerido pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), se deu quarta-feira, 28, na propriedade do irrigante Haroldo Araújo Fontes. Ao todo, serão plantados 500 pés de pimenta no lote do agricultor, um dos 10 que adquiriram mudas da planta e iniciam agora o cultivo, mas além destes, há mais outros 15 produtores do Pepia também interessados na cultura.
O irrigante Haroldo Araújo Fontes e equipe técnica da Cohidro em Lagarto
fazem o plantio inaugural da primeira muda de pimenta-do-reino.
Agricultor Haroldo Fontes iniciou em seu lote o plantio da
pimenta-do-reino no Perímetro Irrigato Piauí, em Lagarto.
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Em seu jardim, junto a casa, Haroldo Fontes instalou o sistema de irrigação e fincou as estacas de sabiá, para acompanhar o crescimento de 15, das suas 500 pimenteiras. “Daqui posso ver de perto o desenvolvimento das plantas, dia a dia. Estou muito motivado com a nova cultura e quero estar atento a tudo que venha ocorrer com elas”, explica o irrigante que preparou as covas, para receber as mudas, com a adubação de fundação, usando o esterco de cabra e de frango.
Na área maior, de meio hectare onde Haroldo vai realmente fazer sua pipericultura, a terra já foi mecanizada, a tubulação dos aspersores para irrigação já está pronta e o solo só aguarda a instalação dos postes, para depois receber o plantio das 500 mudas que ficaram em período de adaptação ao clima de Lagarto por cerca de uma semana. “Este é o começo, pois pretendo chegar a mil pimenteiras em meu lote. Aos poucos, conforme a Cohidro for podendo atender também os demais irrigantes, vou solicitar o assessoramento dos técnicos agrícolas para comprar mais mudas”, conta o agricultor.
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As mudas de pimenta-do-reino a serem plantadas no Pepia, vieram da Bahia
e foram preparadas a partir de ramos de plantas adultas.
Gilvanete Teixeira, gerente do Pepia, agradece o emprenho de técnicos
e diretores da Cohidro no projeto que introduz a pimenta-do-reino.
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Rentabilidade
Inaugurado o plantio de pimenta-do-reino no perímetro da Cohidro em Lagarto
Lagarto, embora seja grande produtora das pimentas malagueta, jalapeño e biquinho, ainda esperava a vez de começar a produzir, em escala comercial, a valorizada pimenta-do-reino, que chega a atingir o preço de R$ 15 por quilo, no mercado atacadista. Hoje, a produção de estados como a Bahia, o Pará, Maranhão e Espirito Santo, atendem a indústria nacional, onde são fabricados condimentos, ou seguem para a exportação, onde a China é o principal comprador da pimenta brasileira.
Segundo o técnico agrícola Tito Reis, a vantagem da pimenta-do-reino não está somente no preço. A alta produtividade e durabilidade fazem da cultura um grande negócio. “A partir de 8 ou 9 meses já é possível ver dar os primeiros cachos de semente da planta, mas começará a ter safras com produção máxima em até 2 anos. Com duas colheitas anuais, em plantações irrigadas, a pimenteira irá produzir continuamente até seus 25 anos de idade. Podendo dar até 5 quilos de pimenta por safra, o lucro para o produtor é grande, desde que sejam feitos os tratos culturais corretos, em mudas bem selecionadas e plantadas da maneira correta”, explica o funcionário da Cohidro.
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As mudas são plantadas junto aos postes, que lhe darão sustentação durante
toda sua vida produtiva, que pode chegar até 30 anos.
Área de meio hectare onde Haroldo Fontes vai fazer o plantio de 500 mudas de pimenta-do-reino.
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Amparo técnico
Da pesquisa da melhor variedade de pimenta-do-reino à escolha do melhor lugar para ir colher informações de como iniciar o cultivo, passando pela pesquisa dos tratos culturais adequados para a planta, tudo teve o acompanhamento de Tito Reis. Alocado no Pepia, Tito abraçou o desafio de introduzir a pimenta-do-reino em Lagarto. Um projeto que surgiu do desejo manifestado pelos irrigantes de poder investir na cultura que sempre ouviram falar ser de grande lucratividade.
Tito levou os agricultores do Pepia em viagens que fez à Bahia pela Cohidro, para que conhecessem plantações de pimenta-do-reino nos municípios de Valença, Taperoá, Presidente Tancredo Neves e Acajutiba. “Lá podemos ver como são feitas as mudas, até trouxemos o agricultor Givanilson Rodrigues para nos ensinar isso em palestra feita no Perímetro, semana passada. Pudemos ver como são feitos os tratos culturais, a colheita e qual é a variedade que melhor se adapta ao clima de nossa região, muito semelhante ao deles”, conclui o técnico agrícola, que identificou ser a “bragantina”, a melhor variedade para Lagarto.
O Pepia é subdividido em setores. Cada setor é atendido exclusivamente por um dos profissionais da Cohidro alocados no Perímetro. No lote de Haroldo Fontes, é responsável pela assistência agrícola o técnico José Américo. “O acompanhamento será dado desde agora, que estamos plantando as mudas, passando pelos tratos culturais para o bom desenvolvimento da planta, até o momento da colheita da pimenta-do-reino. Será um longo convívio nosso com cada pimenteira, que pode durar, produtiva, por mais de 25 anos. Esta relação, de cada técnico ter seus irrigantes certos para atender, será fundamental nesse processo”, comenta Américo.
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O técnico José Raimundo quer introduzir tratos culturais agroecológicos
no cultivo da pimenta-do-reino que se inicia no Pepia.
O técnico agrícola do Pepia, José Américo, ficará encarregado do acompanhamento
do plantio no lote do agricultor Haroldo Fontes.
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Sustentabilidade
Outro técnico agrícola da Companhia que estará envolvido no processo de introdução da pimenta-do-reino no Pepia é José Raimundo Pereira de Matos. Principal responsável pelo manejo nos plantios orgânicos do Perímetro, ele pretende incentivar e orientar os novos pipericultores a abraçar o cultivo agroecológico. “A gente vai conscientizar o agricultor para evitar o uso de defensivos químicos na pimenteira. Vamos pesquisar alternativas, meios para que seja usado o mínimo possível nessa nova cultura implantada pela Cohidro”.
Zé Raimundo ainda conta que nas viagens feitas aos plantios na Bahia, algumas soluções racionais, de produtos alternativos aos agroquímicos, já foram identificadas nos tratos culturais da pimenta-do-reino. “Já observamos na experiência aplicada pelos agricultores baianos o uso – com bons resultados – da ‘calda bordalesa’, como fungicida e do ‘extrato de nim’, como inseticida natural”, relata, comentando que estas soluções já são largamente utilizadas nos cultivos agroecológicos, de outras plantas, nos perímetros irrigados da Cohidro.
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Técnico agrícola Tito Reis explica os procedimentos de plantio das mudas de pimenta-do-reino.
O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodan.
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Solenidade
O plantio da primeira muda de pimenta-do-reino no Pepia foi um marco na história do Perímetro Irrigado, o qual foi dado a devida importância pela gerente da unidade da Cohidro em Lagarto, Gilvanete Teixeira. Ela conduziu a visita à plantação de Haroldo Fontes, solenidade que definitivamente inaugura a introdução da nova cultura, dentre outras que estão sendo inseridas também pela primeira vez ao Projeto de Irrigação mantido pelo Governo de Sergipe no município, como o caqui, a pera e a maçã.
“Quero agradecer ao diretor de Irrigação da Cohidro, João Quintiliano, que tem nos ajudado muito nessa busca, para introduzir a pimenta-do-reino em Lagarto. Quero também agradecer ao presidente Mardoqueu, que a gente sabe que tem se preocupado com o produtor rural e tem nos apoiado em todos os sentidos. Ambos tem nos recebido bem e nunca nos disseram não, a qualquer pedido que tenhamos feito para viabilização deste projeto, que é um grande anseio de nossos irrigantes”, discursa Gilvanete, na solenidade de plantio da pimenta-do-reino.
Mardoqueu Bodano considera que introduzir a pimenta-do-reino em Lagarto seja de importância estratégica para a autonomia financeira da agricultura familiar atendida pelo Perímetro. “Quanto mais a família tiver garantida a sua fonte de renda, exclusiva à terra em que produz, mais certeza de que as políticas públicas – do Governo do Estado – estão no caminho certo. Nos gratifica ver gente progredir, graças ao seu trabalho no campo, sem abandonar o chão que os viu crescer, sem ir se aventurar nas cidades grandes, em atividades incertas de garantir o seu sustento”, conclui o presidente da Cohidro.
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