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“Sempre levo a Palavra, seja no Santos ou fora”, diz jogador que é filho de missionários

“Sempre levo a Palavra, seja no Santos ou fora”, diz jogador que é filho de missionários
outubro 21
22:16 2016

Victor Ferraz é filho de um casal de missionários e tem o desejo de seguir o mesmo chamado após encerrar a carreira no futebol.

O lateral direito do Santos, Victor Ferraz, chama a atenção nos campos por um motivo que parece ser simples: ele é um dos únicos a não falar palavrão.

“Isso não faz de mim nenhum santo ou anjo porque tenho erros como todo mundo e a qualquer momento pode ser que saia, que eu erre. Mas quando você tem uma forma de viver bem focada, que você sabe o que quer para a sua vida, fora o costume de desde muito novo, meus pais me incentivando a nunca falar palavrão, ou ofender ninguém, é algo que se torna hábito”, disse o camisa 4 em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

O atleta é filho de um casal de missionários evangélicos e foi criado na igreja desde os seis anos de idade. A caminhada dos pais desperta nele o desejo de seguir o mesmo chamado após encerrar a carreira no futebol.

“Eles são a minha principal inspiração junto com a minha esposa. Eles são missionários, não vivem somente da obra, mas desde pequeno me criaram dentro do Evangelho, no caminho que deveria andar. Desde pequeno tenho esse temor ao Senhor, procurando aliar o profissional com o espiritual. Não sei se vou trabalhar com o futebol [depois de aposentar], se vou partir para a obra, trabalhar na igreja, abrir um negócio. Pode ser com alguma coisa na igreja”, disse o camisa 4 em entrevista ao UOL Esporte.

“Sempre estou trazendo a palavra, sim, se não é no Santos é fora. Vamos semeando a palavra, falando o que Deus tem feito na nossa vida. É uma vida que consome a gente no futebol, é importante não deixar o futebol  ficar acima das coisas. É muitas vezes um problema do jogador de futebol, colocar acima da família e de Deus, me preocupo para que isso não aconteça”, avalia.

Vitor ainda comentou sobre as brincadeiras que ele e Ricardo Oliveira sofrem dos companheiros por serem evangélicos. “Têm várias porque temos um grupo muito jovem, que gosta de brincar e zoar. Eu sou um desses, é inevitável que tentem brincar comigo também”, ele conta.

“Quando estamos em aeroporto, jantar ou comer, passa uma mulher mais bonita, ficam olhando para mim e também para o Ricardo para ver o que vai fazer também. Mas levamos mais no lado da brincadeira, não só pela questão de ser evangélico ou não, muitos temem a Deus, participam das reuniões, gostam de ouvir as palavras então torna tudo mais fácil”, acrescenta.

Embora sua vida seja baseada na fé, Vitor acredita que na hora do jogo a capacidade e esforço nos treinamentos é que fazem a diferença. “Acredito que vai acontecer o que Deus quiser, é inevitável. Mas fazemos a nossa parte, treinar, nos prepararmos, nos doarmos no dia a dia, fora daqui, para que coloquemos na posição de receber a benção. Na hora cada um faz o seu melhor e o que Ele permitir, achar justo, é o que vai acontecer”.