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Paulo Guedes não pretende taxar igrejas evangélicas

Paulo Guedes não pretende taxar igrejas evangélicas
novembro 15
20:53 2018

O futuro ministro da Economia nunca fez afirmações sobre a aplicação de impostos sobre as igrejas.

Uma mensagem que circula nas redes sociais sugere que o futuro ministro do Superministério da Economia, Paulo Guedes, teria planos de acabar com a isenção tributária das entidades religiosas.

“Paulo Guedes falou agora na GloboNews que as igrejas vão ter que pagar imposto”, diz o texto, que sugere que as igrejas evangélicas seriam o principal alvo da mudança.

“Repete Hitler e os eleitores judeus”, afirma o texto. “Tal qual Hitler, depois de receber 61% dos votos judeus que o ajudaram a ser eleito em 1935”.

A suposta fala de Guedes teria sido dita em uma entrevista ao canal de TV a cabo no último dia 30 de outubro, dois dias após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência.

Segundo uma apuração feita pelo UOL, a mensagem é falsa, assim como a montagem que a acompanha. O futuro ministro negou a proposta e nenhuma declaração sobre taxação de igrejas foi encontrada.

A assessoria de comunicação de Guedes desmentiu a autoria da mensagem e a classificou como “fake news”. “É mentira a declaração que está sendo atribuída a ele, o futuro ministro jamais fez esta declaração”, disse em nota a assessoria do futuro ministro.

Não foi encontrada a suposta reportagem para a GloboNews ou qualquer declaração de Guedes sobre taxação de igrejas, sejam evangélicas ou não.

Desde 2016, quando Bolsonaro foi batizado em Israel, o presidente eleito tem se aproximado dos evangélicos, grupo em que teve grande apoio eleitoral.

A comparação entre Jair Bolsonaro e o ditador nazista Adolf Hitler também tem uma série de erros históricos.

Hitler não foi eleito em 1935, como diz a mensagem falsa. Na verdade, o austríaco foi nomeado chanceler (chefe do governo) alemão em janeiro de 1933, pelo então presidente Paul von Hindenburg, que ganhou as eleições de 1932, quando Hitler ficou em segundo lugar. No mesmo ano, o Partido Nazista havia se tornado a maior força no Parlamento da Alemanha.

O ditador só se tornou chefe de estado e de governo em agosto de 1934, quando Hindenburg morreu. Ele se manteve no poder até se suicidar em abril de 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial. Portanto, Hitler não chegou a ser eleito presidente e não poderia ter tido votos dos judeus em sua eleição.