Brasil já tem adeptos da religião do “Ctrl C + Ctrl V”
“Kopimism” é uma seita ciberreligiosa que teve origem na Suécia, o mesmo país que já oficializou um partido pirata. O nome soa como a expressão inglesa “copy me” (copie-me). A base dessa nova religião é simplesmente o princípio do “copie e compartilhe” arquivos digitais.
O que pode parecer brincadeira para muitos é levada a sério por Isak Gerson, 19, autointitulado líder espiritual da Igreja Missionária Copimista, que, em poucas palavras, é uma espécie de culto ao “Ctrl C + Ctrl V”. Como em toda religião, o Copimismo possui hierarquia, missas e uma espécie de orações, chamadas de “encorajamentos”.
Eles têm uma “Constituição” em vez de um “livro sagrado” e o motivo para isso é que ainda vivem numa tradição extensa de ideias que não puderam ser resumidas em um único volume. Um de seus lemas é “a internet é sagrada”, mas não é Deus. Para eles a rede mundial é apenas o meio ideal para se copiar informações. Os copimistas podem exercer a fé em qualquer outro Deus. Trata-se de uma seita bastante ecumênica.
Para essa religião, é “pecado” a compra e venda de material com direitos autorais (como um DVD ou um software). Ou seja, é a defesa explícita do que os governos consideram “pirataria”.
O culto do Copimismo é a celebração do “ato de copiar”. Vários membros se conectam uns aos outros por meio de um servidor, página web ou em uma sala física. A celebração ocorre quando eles começam a copiar arquivos uns dos outros. No final, encorajam mutuamente o disseminar da informação para outras pessoas.
A pirâmide com a letra “K” é símbolo do Copimismo e existem dezenas de variações no desenho. Eles esperam que em breve ele se espalhe pelo mundo todo. Os missionários copimistas afirmam que o movimento está crescendo e em menos de duas semanas alcançaram outros treze países (Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, França, Grécia, Índia, Japão, Israel, Itália, Holanda, Nova Zelândia, Romênia e Rússia). Ao todo, a igreja já possui cerca de 4 mil membros e alguns deles são brasileiros.
Isak Gerson estuda Filosofia na Universidade Uppsala e trabalha como contador para o movimento estudantil cristão. Ele insiste que ainda é cristão. Embora não seja o criador do copimismo, foi eleito como líder espiritual pela organização.
Para ele e seus “seguidores” optar em transformar essa filosofia do “copia em cola” em religião e não em uma ONG ou fundação foi uma maneira de driblar as leis do seu país. Foi mais fácil ser reconhecida e legalizada pelo governo da Suécia como organização religiosa. Isso lhes dá algumas vantagens fiscais, e poderão inclusive receber ajuda governamental no futuro.
Em uma entrevista ao portal UOL, Isak Gerson manda uma mensagem para o público brasileiro: “Pelo que vejo no noticiário, o Brasil parece ser um país bem copimista. Vocês parecem estar anos a frente de nós nos debates sobre Commons [Creative Commons] na cultura e patentes na medicina. Vejo vocês como um modelo de país. Continuem assim!”
Com informações UOL
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