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Pastor Silas Malafaia diz que cristãos devem se envolver na política para o bem da sociedade: “Não podemos enclausurar-nos na igreja”

Pastor Silas Malafaia diz que cristãos devem se envolver na política para o bem da sociedade: “Não podemos enclausurar-nos na igreja”
novembro 19
15:26 2013

O envolvimento de cristãos com a política é fonte de discussões eternas e intensas, pois há quem entenda que este tema não deve ser misturado com a fé, e quem defenda que, mesmo os mais religiosos são cidadãos num contexto social e, por isso, devem estar atentos a tudo que acontece na sociedade, manifestando-se e ajudando na tomada de decisões.

O pastor Silas Malafaia publicou artigo sobre o tema e afirmou que, apesar da cultura evangélica ter sido de alienação do assunto por muitos anos, ele tem se empenhado em mudar essa visão.

“Muitos evangélicos já me criticaram por causa de minha postura diante de questões políticas. A maior parte das críticas dizia que cristão não podia envolver-se com política. No entanto, todos os que fazem parte da Igreja de Cristo precisam entender que pertencem a um contexto social. A Bíblia apresenta o ser humano como um ser biológico, psicológico, sociológico e espiritual, mas a maioria dos evangélicos se limita a pensar sobre questões espirituais. Para estes digo que não podemos espiritualizar tudo e pensar que somos anjos e ainda não herdamos o céu”, argumentou o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Segundo o pastor, outros líderes que antecederam a geração atual são os responsáveis pela visão de separação das igrejas e seus membros da sociedade e suas demandas: “Lamentavelmente, cresci ouvindo muitos dizerem que política é coisa do diabo. Mas isso não é culpa dos cristãos, e sim dos pastores que não ensinaram ao seu rebanho a importância de exercerem a cidadania. Por causa disso, todos que estão em evidência, os ministros, os políticos, os professores, os filósofos, a mídia e os artistas, podem influenciar o povo a respeito das eleições. Mas o pastor não, porque isso seria um equívoco”.

Usando sua postura como ilustração, Malafaia ressaltou a importância de dar atenção a temas que envolvam de forma mais direta os conceitos bíblicos: “Sempre fiz questão de acompanhar projetos que estão diretamente ligados à família, à liberdade de religião e de expressão e à saúde pública. Por diversas vezes, participei de audiências públicas no Congresso Nacional. Em uma delas, somei forças para ajudar a derrotar projetos que sancionavam o aborto e presenciei a discussão sobre o estatuto da família, que realizou amplo debate a respeito de um projeto de lei que favorece os homossexuais (o PL 122)”, exemplificou.

O pastor afirmou ainda que participar da política nacional é “um privilégio, visto que muitas nações não respeitam a democracia”, e que por isso, é importante que cristãos estejam presentes na política.

“É também de suma importância termos pessoas que professam a nossa fé em cargos políticos, para expor nossa necessidade, defender nossa posição a respeito dos assuntos em pauta e defender leis que estejam em harmonia com a Lei de Deus. Graças ao Senhor, os evangélicos começaram a compreender que não vivem isolados na terra, e despertaram para o exercício da cidadania. Afinal, existem questões para as quais não basta orar; é preciso também agir. Usufruamos, então, da democracia, para debater ideias até chegar a um consenso”, escreveu Malafaia.

Lembrando que as diversas correntes evangélicas do país possuem inúmeras diferenças, Silas Malafaia pondera que é importante politizar os fiéis, mesmo que isso não traga homogeneidade ao grupo: “Claro que não alcançaremos a unanimidade. Nem mesmo Jesus, com Sua surpreendente sabedoria e Seu senso de justiça, agradou a todos. Mas, o que não podemos fazer é enclausurar-nos na igreja e pensar que as decisões políticas não nos atingirão”, e conclui: “Já que podemos discutir e expressar nossa opinião, vamos apoiar as causas que defendem os princípios cristãos e, principalmente, zelar pelo voto consciente durante os pleitos eleitorais. Essa atitude significa sair da posição ‘isso não é comigo’ e praticar a cidadania”.

Por Tiago Chagas

 

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