Esquerda americana chama eleitores evangélicos de “lixo”
Campanha ridiculariza apoiadores de Trump e seu partido
Os Estados Unidos estão em meio a um processo eleitoral. Na votação dos ‘midterms’ [meio do mandato], que ocorrem em 6 de novembro, vários estados escolherão seus governadores e congressistas.
Essas prometem ser as mais ‘presidenciais’ da história, pois a proporção de eleitores que veem em Donald Trump uma razão para definir seu voto saltou de 48%, em 2014, para 60% em 2018. Conforme o Centro de Pesquisa Pew, trata-se de um recorde.
Como ficou evidenciado em 2016 que o segmento evangélico foi o grande avalista para a vitória do republicano – 81% dos dizem ter votado nele – eles se tornaram o alvo preferencial para os movimentos alinhados à esquerda.
A campanha ‘Keep NYC Trash Free’ [Mantenha Nova York sem lixo], fundada pelos democratas, partido de Obama e Hillary, está usando mensagens ofensivas e bastante gráficas para mostrar sua oposição aos conservadores. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, é um político conhecido pela defesa das pautas de esquerda.
Imagens de estereótipos do que seriam os eleitores de Trump apareceram em adesivos colados em latas de lixo e nas estações de trem da cidade de Nova York esta semana.
Em uma delas, um homem usando um boné com o lema da campanha de Trump “Make America Great Again” segura um copo de refrigerantes da rede de fast food Chick-fil-A na mão. Sobre sua cabeça a um “X” vermelho e a tag #keepnyctrashfree que já aparece em publicações nas redes sociais.
A ideia é associar o voto conservador, chamado de “lixo”, com clientes da Chick-fil-A. O dono da rede é um evangélico e sua empresa já foi alvo de várias campanhas de boicote por fazer parte de movimentos contra agendas LGBT, por exemplo.
Outro cartaz mostra uma mulher, também com o mesmo boné, segurando uma Bíblia de capa vermelha. A escolha da cor não é por acaso, uma vez que o vermelho é a cor do Partido Republicano.
Após um intenso debate sobre o “discurso de ódio” que as imagens estariam transmitindo, o assunto foi parar em programas nacionais de televisão. A maioria dos entrevistados pela mídia afirma que esse tipo de propaganda é mais do que política. Trata-se de uma questão abertamente ideológica, que visa colocar os cidadãos uns contra os outros.