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Partido Comunista da China tenta impedir cristãos de celebrarem o Natal

Partido Comunista da China tenta impedir cristãos de celebrarem o Natal
dezembro 22
11:10 2018

Membros de igreja invadida denunciam espancamentos e confisco de suas Bíblias

A polícia chinesa lançou uma ofensiva contra os cristãos em diversas partes do país às vésperas do Natal – prendendo líderes importantes, fechando igrejas e acusando seguidores de “subverter o Estado”.

Tudo isso é parte de um esforço renovado para colocar a religião sob o controle definitivo do Partido Comunista Chinês. Embora o partido seja oficialmente ateu, permite que os cidadãos maiores de idade frequentem locais de culto aprovados pelo Estado, as chamadas “igrejas registradas”.

Estima-se que existem entre 100 e 200 milhões de cristãos na China. Muitos frequentam igrejas “domésticas” que operam num sistema fora da interferência do Estado. Em um exemplo recentes destes ataques, a polícia invadiu esta semana uma escola bíblica infantil em Guangzhou. Por lei, crianças são proibidas de frequentar locais de culto.

Cerca de 60 oficiais entraram na igreja e prenderam materiais religiosos e confiscaram os celulares dos fiéis. “No meio da aula bíblica para as crianças, ouvimos dezenas de policiais e oficiais subindo as escadas”, disse um frequentador da igreja, relata o South China Morning Post. “Eles declararam que fazíamos uma reunião ilegal e fazíamos arrecadação ilegal de fundos. Eles confiscaram todas as Bíblias.”

Recentemente, o influente o pastor Wang Yi foi preso. Seu “crime” foi divulgar uma petição contra a pressão do governo para reprimir as manifestações religiosas. Ele lidera a Igreja Early Rain Convenant, em Chengdu. Nos dias seguintes, muitos dos cerca de 500 membros foram detidos ou presos.

Todos enfrentam acusações de “incitação à subversão do poder do Estado”. Se condenados, poderão cumprir 15 anos na prisão. No último final de semana, um grupo de 60 fiéis da mesma igreja tentaram se reunir em um parque próximo para um culto. Todos foram presos. O pastor Wang havia deixado uma carta que passou a circular após sua prisão. Nela, diz que estava “cheio de tristeza e raiva da perseguição da igreja por este regime comunista”.

Declarou ainda: “Acredito firmemente que Cristo me chamou para essa desobediência civil, por meio de uma vida de serviço, mesmo sob este regime que se opõe ao evangelho e persegue a Igreja escreveu ele. Como pastor de uma igreja cristã, devo denunciar essa maldade abertamente e severamente. O chamado que recebi requer que eu use métodos não-violentos para desobedecer as leis humanas que opõem-se à Bíblia e Deus”.

Desde fevereiro, o Partido Comunista Chinês vem intensificando a regulamentação para “preservar a cultura chinesa e a autoridade do Partido contra ameaças ideológicas”. Também estaria preparando uma versão da Bíblia reescrita para se adequar aos ensinamentos do estado.

Um membro de uma dessas igrejas  que o governo chama de “ilegais” comentou que a ideia de haver igrejas estatais era algo “hilário”, acrescentando que “eles não propagam o evangelho genuíno, mas espalham o pensamento que devemos amar o país amando o Partido [comunista]”.

O presidente Xi Jinping está determinado a impor a todas as formas religiosas do país “características chinesas”, que devem ser incorporadas em todas as atividades e tradições. Parte disso seria o ensino da lealdade inabalável ao Partido Comunista.

O grupo de monitoramento internacional Human Rights Watch diz que os ataques contra igrejas nesta época do ano são mais uma prova das tentativas do presidente Xi de assumir o controle sobre todos os aspectos da sociedade chinesa. A perseguição aumentou nos últimos dias, no que parece ser uma tentativa orquestrada de impedir que os cristãos chineses celebrem o Natal em privado, já que celebrações em público são oficialmente proibidas.

Membros dessas igrejas domésticas tem conseguido entrar em contato com os apoiadores internacionais para pedir ajuda. Imagens divulgadas por cristãos chineses mostram as torturas que eles receberam enquanto estavam presos.